Como a visão de segurança pode ser ampliada?

Não é novidade dizer que as crenças e valores das pessoas guiam a forma como elas pensam e atuam sobre a realidade. E essa forma particular de enxergar a atuar sobre o mundo é muitas vezes chamada de mindset. 

Você já se questionou sobre quais são as crenças que fundamentam seus pensamentos e atuação? 

Em muitos casos, somos guiados por valores do ambiente em que fomos criados, da cultura, da família ou dos círculos sociais que frequentamos. E não nos damos conta de qual visão está por detrás das nossas ações. 

Esse processo de reflexão sobre nossa própria conduta é fundamental.

Afinal, é por meio dele que evoluímos como pessoas e que passamos a ter ações mais conscientes e atitudes que nos diferenciam dos demais. 

Quando falamos de visões e crenças voltadas para prevenção da saúde e segurança das pessoas no trabalho, isso não é diferente. Existem crenças que vêm sendo perpetuadas ao longo do tempo e que precisam urgentemente ser atualizadas no mindset das pessoas. Em especial, no mindset dos próprios profissionais da área da segurança do trabalho, bem como da liderança das organizações. 

É tempo de resetar este mindset. 

Durante a Jornada Raízes percorremos uma revisão histórica sobre como os paradigmas – uma estrutura geral para entendimento sobre a visão de mundo específica sobre algum fenômeno – de segurança do trabalho foram evoluindo ao longo dos anos. E apesar de no campo acadêmico os estudos e tendências apontarem para um avanço de 3 eras nos últimos 30 anos, a sensação que temos, ainda hoje, quando tomamos contato com os profissionais e com a realidade das organizações, é que ainda estamos vivendo com a visão do século passado. 

Jargões como:

“o comportamento é responsável por 90% dos acidentes”

“disciplina operacional” 

“todos os acidentes podem ser evitados” 

ainda permanecem vivos como slogans que guiam a visão de grande parte de organizações. 

No entanto, há muito o que estudar para evoluir sobre este pensamento. Quando mudamos o nosso mindset sobre as questões que envolvem as pessoas e a cultura de segurança das empresas, podemos constatar que:

“É o contexto que impulsiona o comportamento” (Conklin)

“Erros são normais” (Conklin)

Conklin é Ph.D. em comportamento organizacional pela University of New Mexico. Atua como consultor para empresas em diversos países. É responsável pela sistematização do HOP.

“A capacidade de ajustar o desempenho é uma contribuição humana essencial” (2006, Engenharia da Resiliência, Hollnagel)

É um pesquisador dinamarquês, PhD em psicologia e professor em diversas universidades europeias. Autor de 28 livros e centenas de artigos, ele é considerado o “pai” da engenharia da resiliência. Hollnagel ao longo de sua carreira trabalhou em universidades, centros de pesquisa e indústrias em muitos países. Foi presidente da Associação Europeia para Ergonomia e é um dos fundadores da Associação de Engenharia da Resiliência.

Ficou intrigado com essas provocações? 

É isso mesmo que a compreensão sobre a evolução de paradigmas causa sobre o mindset e sobre a visão que cada pessoa têm sobre as questões de segurança: uma reação que assusta, surpreende, por romper os limites daquilo que acreditávamos e sabíamos até então. Mergulhar sobre a base de conceitos que fundamentam essas afirmações e experimentar fazer diferente é o caminho para que possamos avançar nossa visão sobre como fazer segurança nas organizações. 

Este é o convite da Jornada Raízes que, em sua primeira turma em 2021, contribuiu para ampliar o mindset de vários profissionais de segurança que percorreram este caminho com a Unika. Fique atento para abertura de novas turmas.