Case Nexa

Oficinas de Percepção de Risco

Empresa:

Este projeto aconteceu no ano de 2018, em uma unidade da NEXA, uma das maiores mineradoras de zinco do mundo, além de produzir cobre e chumbo. Localizada no município de Três Marias, a planta de beneficiamento contava à época com cerca de 800 empregados próprios e aproximadamente 1000 terceirizados e mantinha uma caminhada firme e consistente na evolução da cultura de segurança.

 

Solução:

Então foi criado um projeto chamado Oficinas de Percepção de Risco. O objetivo era estabelecer um espaço de confiança durante a semana, que substituísse o momento do DDS, podendo se estender um pouco mais no tempo, em que um dos próprios operadores facilitassem uma conversa com os colegas a respeito dos perigos e riscos presentes em uma das atividades que realizam e que, juntos, também elencassem as maneiras que controlam e gerenciam esses riscos. 

Para isso, foram escolhidos dois ‘facilitadores’ em cada área de trabalho, que receberam uma capacitação para que conseguissem conduzir estes momentos. Todos os líderes foram orientados sobre o seu papel nas Oficinas, que deveria ser de observação e pouca interferência, dando espaço para que os próprios operadores interagissem, estimulando e encorajando a participação ativa deles e, especialmente, reconhecendo-os pelo processo de conhecimento e autonomia que se construía durante estas conversas. Eventualmente, quando se percebia que nem todos faziam o controle de determinados riscos da mesma forma, o líder poderia mediar ou encaminhar para uma análise mais aprofundada para solução.

Cenário:

No final do ano de 2017, surgiu uma necessidade de trabalhar a percepção de riscos dos operadores. Essa demanda veio a partir de grupos de escuta de empregados, quando estavam tentando entender como podiam contribuir para ampliar a consciência sobre cada risco existente. E uma das respostas mais frequentes foi que as pessoas que trabalhavam na linha de frente respondiam aos documentos de análise de risco e liberação de frentes de serviço de maneira automatizada, sem refletir a respeito do que estavam fazendo. Aprendiam sobre ‘como preencher o documento’ e seguiam repetindo um mesmo padrão, mas muitas vezes deixavam passar riscos frequentes ou importantes na realização da sua atividade. 

Resultados

O grande diferencial das oficinas é ser um espaço de operador para operador, em que podem construir conhecimento juntos e sentir que eles têm tudo o que precisam para tomar decisões cada vez mais seguras. As oficinas de percepção de risco foram muito bem sucedidas neste contexto, pois trabalharam com os fatores que influenciam a percepção de risco de forma prática: 

Cognitivo: quando estimula o conhecimento sobre o que é perigo, risco e controle de forma participativa, colaborativa e inclusiva.

Social: quando cria espaços de confiança em que o líder se torna um coadjuvante no processo e estimula e reconhece a participação ativa das pessoas; além de existir indicador que estimula que isso aconteça semanalmente em todas as áreas. 

Psicológica: os operadores sentem-se bem por notar que eles mesmos são capazes de construir conhecimento, o que os encoraja a ir a campo e agir de forma mais consciente e segura.

Um outro ganho deste projeto foi que cerca de 15% dos operadores que foram capacitados como facilitadores das oficinas, acabaram conquistando movimentações importantes na carreira nos 8 meses seguintes, porque conseguiram desenvolver habilidades de facilitação de grupos, ampliaram seu olhar e atuação sobre as questões de segurança e acabaram ganhando visibilidade interna.

Depoimento:

“A capacitação como facilitador das oficinas de percepção de risco foi de suma importância na minha rotina e na minha vida, fortaleceu meu compromisso com cuidado ativo, sabemos que cuidar das pessoas e ser cuidado é muito bom e atualmente é notável o crescimento e valorização de toda equipe em relação a esse tema. Sabemos que fazer a produção acontecer não é fácil, temos vários cenários que se modificam no dia a dia e temos que estar sempre preparados, tendo a segurança como nosso principal valor. Quando eu fui escolhido para ser facilitador, eu não imaginava o quanto era importante essa ferramenta. Agora com mais de um ano e meio como facilitador, estou percebendo a grandeza dela. Mas o que mais mudou em minha vida profissional foi a satisfação em saber que estou contribuindo com a segurança de todos e ajudando as pessoas a voltar para suas casas da mesma forma que vieram trabalhar.” (Roberto Faria, operador na área de hidrometalurgia – 16 anos de empresa)