Daniel Goleman, em seu recente livro Foco: A Atenção e seu papel fundamental para o sucesso, explica com clareza um importante mecanismo do cérebro para o processo de aprendizagem. E a compreensão sobre esse este, pode trazer importantes insights a respeito de porquê frequentemente as pessoas se arriscam em ambientes de trabalho e mesmo fora dele.
Ele afirma que nosso cérebro tem dois sistemas mentais semi-independentes:
1. O primeiro, denominado de Circuito subcortical, tem o funcionamento descrito como ascendente – partindo de regiões mais internas do cérebro para áreas mais externas – possui as seguintes características:
2. O segundo, denominado Neocórtex, tem o funcionamento descendente – de áreas mais externas do cérebro para regiões mais internas – possui as seguintes características:
O circuito subcortical é um sistema que está presente na espécie humana há muitos milhões de anos, enquanto o neocórtex foi adição posterior, cuja maturação plena só se deu há meras centenas de milhares de anos.
A parte mais antiga do cérebro é ágil e responsável pelo pensamento de curto prazo, impulsos e decisões rápidas – aquelas que muitas vezes não conseguimos explicar porque agimos de determinada maneira. Tem uma capacidade multitarefa, capaz de acompanhar uma série de informações ao mesmo tempo, mas sem se ater a detalhes de nenhuma delas. A dinâmica desta parte do cérebro é voluntária e natural, se não fizermos nenhum esforço na direção de aprender algo novo, agiremos na maior parte do tempo a partir deste funcionamento cerebral.
O neocórtex no entanto, é um circuito que funciona em uma velocidade menor, tem propriedade de análise e avaliação com critérios mais ponderados sobre aquilo que é percebido. É esta parte do cérebro que nos oferece a capacidade de autoconsciência reflexão e planejamento ao nosso intelecto. E funciona de maneira intencional, ou seja, há que se fazer um esforço voluntário e consciente para que esta parte do cérebro seja ativada e possa contribuir de maneira efetiva nos processos de aprendizado.
O fator que faz com que constantemente utilizemos o sistema ascendente é a economia de energia feita pelo cérebro, ao utilizar seu sistema mais automático e natural. Para aprender algo novo o cérebro faz um esforço grande que demanda atenção ativa e foco, o que gera um gasto alto de energia. Contudo, quanto mais nos submetemos a experiências novas, que são repetidas e aperfeiçoadas com frequência ao longo do tempo, mais processos converteremos em hábitos arraigados.
Portanto, a frequência com que cada parte do cérebro é ativada vai influenciar para que os hábitos sejam construídos sobre ações mais impulsivas, respostas automáticas, ou se os hábitos serão construídos a partir de um processo de análise mais sofisticada, com planejamento e reflexão.
Quando entendemos essa explicação do livro de Daniel Goleman e pensamos sobre as questões de aprendizagem de comportamentos seguros, é inevitável não pensar em uma lista de itens importantíssimas para as empresas que pretendem estimular e adquirir hábitos seguros:
Procure avaliar se sua organização tem levado em consideração essas questões e use essas informações para adquirir novos hábitos!