Quando se trata de DDS – Diálogos Diários de Segurança no Trabalho – uma das principais questões que se observa em fóruns de discussão nos sites voltados à segurança do trabalho e nos corredores da empresa é: “Alguém tem um tema para eu trabalhar no DDS amanhã? ”.
Acompanhe a publicação preparada pela UNIKA para ajudar a saber mais sobre o tema que você irá precisar trabalhar!
O que normalmente ocorre na escolha do tema é que o instrutor ou condutor do DDS faz a escolha baseada naquilo que ele acredita que será mais interessante para o grupo. Assim achamos que sabemos quais são as necessidades de aprendizagem dos participantes dos Diálogos Diários de Segurança no Trabalho, mas não perguntamos a eles sobre o que eles consideram relevante conversar.
Um bom processo de coleta de informações com os próprios participantes costuma ser uma maneira eficaz de trazer temas que de fato agregam ao público. Você já parou para pensar que seu próximo DDS poderia ser um momento para escutar as necessidades do seu time, levantando os principais temas de interesse e assim traçar objetivos mais claros para os DDS deste mês? Com um tema escolhido e um objetivo mais claro é possível pensar qual experiência você quer proporcionar ao seu grupo.
Apesar do DDS ser um momento que costuma ter uma curta duração, o recomendável é entre 10 e 15 minutos, ele exige um mínimo de planejamento para que gere aprendizagem efetiva, ou seja, que os participantes possam reconhecer o conhecimento que obtiveram e consigam colocá-lo em prática.
Um fluxo básico para o planejamento de DDS tem de 4 a 5 etapas.
É interessante despertar a atenção dos participantes para o Diálogo que irá acontecer. Uma brincadeira, uma espreguiçada, um estímulo visual como uma imagem ou uma novidade na sala ou na área de trabalho pode te ajudar a aquecê-los. Há diversos recursos que podem ser utilizados, escolha algo simples.
Caso tenham pessoas dispersas fazendo outras coisas, é fundamental que você peça para que parem o que estão fazendo naquele momento, garantindo assim que todos possam “começar na mesma página”.
Pode ser utilizada quando você quer resgatar das pessoas o que aprenderam no DDS anterior. Neste caso, lembre-se de fazer perguntas ao time para que eles tentem se recordar e possam eles mesmos falar um pouco sobre o tema. Caso alguma informação/verificação tenha ficado pendente, esta é uma boa hora para dar a devolutiva e fortalecer compromissos.
É hora de introduzir o novo tema. Seja específico, deixando claro o objetivo da conversa, exceto se sua estratégia for manter um clima de suspense para um efeito surpresa posterior.
Ponto chave do seu DDS e onde você deve concentrar mais tempo. Utilize a sua criatividade. Sair da mesmice faz aguçar o interesse das pessoas, retendo a atenção delas, levando-as a participar mais e por consequência, gera mais aprendizado. Diversas dicas de metodologias serão apresentadas adiante para te ajudar.
Do que adianta um DDS envolvente e no final concluir com “bem pessoal, era isso, acabou”? Aproveite este momento e pergunte se um ou dois participantes gostariam de compartilhar suas próprias conclusões, reforçando assim o que aprenderam. Esta é uma boa prática para checar se você atingiu o objetivo que havia planejado e se seu time está focado no que está acontecendo.
Mas vamos por partes. Para começar: Você já parou para se perguntar o que desperta o seu interesse em uma palestra ou conversa? Provavelmente, você terá gostado quando um facilitador tiver ido além de um monólogo, seja ele guiada por uma apresentação de slides ou leitura de texto. A verdade é que uma boa palestra é aquela que ganha sua atenção porque te envolve, convidando-o a fazer parte daquele processo.
Há diversos recursos que podem ajudar a aguçar a participação das pessoas e por consequência, a retenção do conhecimento. Conhecer metodologias e didáticas mais apropriadas ao perfil da equipe é um dos caminhos mais eficazes para extrair o melhor resultado de um DDS.
Para que seu Diálogo Diário de Segurança seja realmente uma oportunidade de Diálogo, é importante que você esteja disposto a convidar as pessoas a esclarecer suas dúvidas, contar experiências, expor suas ideias e opiniões. Evite linguagem rebuscada e formalismos, converse com o seu time conforme costuma falar no dia a dia.
Há algumas formas para incitar essa comunicação de mão dupla, veja:
Estes recursos podem ser um bom meio para abrir o diálogo. Assim que apresentados ao time, você pode fazer perguntas para que as pessoas comecem a conversar sobre eles, por exemplo: “Qual mensagem você pôde captar desse vídeo?” ou “Tem algo nesse vídeo que se conecta com a realidade que vivemos aqui na empresa?, “Quais sentimentos essa imagem te despertou?”.
Perguntas que geram reflexão são bem vindas se somadas a qualquer recurso que você utilize pois são elas que criam o espaço de diálogo!
“É a expressão de uma ideia com base e analogias. Consiste em um raciocínio paralelo usado para explicar determinado conceito. Oposta ao literal, conduz a audiência a um pensamento capaz de despertar a atenção e de aumentar as chances de memorização e entendimento de informações. Em temas densos ajuda a tornar a apresentação mais leve”.
“O suspense é uma maneira de prender a atenção da audiência, criar expectativa para uma notícia. Convém utilizá-lo quando se tem uma boa notícia para divulgar”*. Se a notícia for negativa, não utilize o suspense pois deixará as pessoas ansiosas
“Há situações em que o drama é uma estratégia eficiente, especialmente quando se deseja alertar a audiência sobre um risco”.* Trazer um caso ou relato para expor as consequências negativas que podem surgir a partir de uma conduta de risco pode auxiliar a sensibilizar as pessoas. Muito importante nestes casos, é envolvê-los a pensar e a se comprometer em formas mais adequadas de agir, assim o drama inicial se torna o argumento de sustentação de uma nova proposta de conduta.
“O humor gera um envolvimento emocional que aumenta as chances de os ouvintes memorizarem as mensagens recebidas. Não se trata de contar piadas, mas de inserir passagens divertidas no contexto do conteúdo que está sendo transmitido”.* Utilize este recurso de acordo com sua habilidade. O DDS faz parte da sua rotina com sua equipe, então deve ser algo natural. Progressivamente, você pode ir criando momentos de muita aprendizagem com descontração. E quem não gosta de aprender dando umas boas risadas?
Quando você chama a atenção das pessoas para uma situação-problema que seja reflexo da vida cotidiana isso desperta o interesse delas. Como facilitador, você pode narrar o conflito e na sequência trazer a solução, mas envolvê-los para que possam desenvolver juntos a solução para tal problemática, certamente aumentará muito o comprometimento dos participantes. Além de que, contar com diferentes pessoas na conversa amplia a variedade de opiniões, possibilitando criar soluções antes não pensadas.
As citações descritas entre aspas buscamos no site da SOAP – State of The Art Presentations. Além destas dicas, há também duas outras excelentes formas de gerar aprendizagem: a demonstração e a descoberta.
É quando você apresenta de forma prática o que os participantes devem estar hábeis a fazer. Por exemplo:
Quer ensiná-los a utilizar uma nova ferramenta de trabalho? Que tal mostrar a eles como espera que ela seja utilizada e enquanto isso explicar um pouco sobre o funcionamento da mesma? (dar a possibilidade de ver e tocar objetos é uma boa prática). Há um novo caminho para acessar o sistema de Gestão de Segurança no computador? Faça o passo a passo para acessá-lo projetando esta informação aos participantes.
Já a descoberta é dar a oportunidade para que os participantes possam investigar e descobrir novos conhecimentos ou juntos possam traçar soluções para uma problemática antiga.
Por exemplo, em vez de passar orientações de como utilizar os EPIs ou onde checar sua validade e registro do CA, que tal possibilitar que as pessoas possam manuseá-los e a partir de alguns questionamentos sejam guiadas a adquirir a informação necessária?
Quer reforçar os conhecimentos sobre extintores de incêndio, onde estão localizados e o que cada classificação significa (A – B – C)? Que tal convidá-los a se dirigir até o extintor mais próximo e juntos descobrir o significado fazendo links com os materiais que seriam atendidos por eles caso houvesse uma emergência?
Ocorreram mudanças no procedimento de trabalho? Que tal entregar o material a eles e instigá-los a perceber diferenças e melhorias e a partir disso discutir sobre elas?
Lembre-se, as pessoas retêm apenas 10% de uma informação quando apenas a audição é estimulada. Quando têm a oportunidade de escutar e ver, esta porcentagem aumenta para 20%. Mas quando efetivamente participam e colocam o conhecimento imediatamente em prática, a retenção é elevada para 80%.
Essas metodologias podem ser aplicadas em qualquer parte do seu DDS (aquecimento, introdução, desenvolvimento ou conclusão), apesar de frequentemente os facilitadores se sentirem mais confortáveis em utilizá-las durante o desenvolvimento. O mais importante é que a escolha da metodologia esteja diretamente alinhada com seu objetivo. Lembre-se que o recurso está para jogar a seu favor, então escolha um para cada DDS e invista nele!
Com um objetivo calibrado às necessidades do seu time e um breve planejamento para escolher recursos que estimulem a participação das pessoas, um bom DDS não precisa mais do que 15 minutos para gerar aprendizado!
Gostou das sugestões? Que tal colocá-las em prática e depois compartilhar com a gente?