É raro encontrar empresas que consigam estruturar uma maneira de reconhecer ou recompensar aspectos de segurança de seus empregados. A lei hoje impossibilita que os indicadores reativos de segurança sejam atrelados a bonificações e recompensas financeiras – o que é funcional uma vez que isso evita a subnotificação de ocorrências e estimula que as empresas busquem outros indicadores proativos para recompensar.
No entanto, mesmo o simples reconhecimento moral daqueles que trabalham de forma segura, ainda é muito raro. O modelo mental que predomina no pensamento de quem deixa de reconhecer em segurança é: “se está fazendo certo, não faz mais que a obrigação” – o que na realidade é um engano.
Quando se fala de comportamento em segurança é ainda mais importante reconhecer as pessoas, pois atuar de forma segura gera uma consequência pouco tangível para a maior parte das pessoas, que é a“ausência de acidente”, e que portanto, não vai retroalimentar a atuação segura de alguém naturalmente. Além do fato que a ausência de acidente, nem sempre ser uma consequência resultante de um comportamento seguro.
Olhando para outros aspectos organizacionais, como a qualidade ou produtividade, é possível perceber que quando o empregado trabalha com qualidade ele gera uma consequência tangível que é um produto de qualidade e isso naturalmente reforça o comportamento dele trabalhar desta maneira. O que não funciona da mesma forma para uma atuação segura. Portanto, quando há o reconhecimento formal de um comportamento seguro, se tangibiliza a consequência deste comportamento para o empregado – o que gera um estímulo real para que ele volte a atuar de forma segura.
Portanto, apesar de existir uma complexidade para tratar o tema, é fundamental planejar e estimular as lideranças a reconhecerem os comportamentos esperados em segurança. Assim como estruturar maneiras de recompensar indicadores proativos em segurança. Na medida em que se fomenta aquilo que é esperado é muito provável que os desvios de segurança sejam minimizados, e seja menos frequente a necessidade de sancionar comportamentos de risco.
