Esta foi uma provocação lançada àqueles que frequentemente se questionam a respeito dos erros cometidos nos ambientes de trabalho. “Por que as pessoas cometem erros mesmo depois de tanto treinamento?” é uma das indagações feitas por grande parte de líderes em ambientes operacionais. E o convite aqui é para uma reflexão partindo de uma análise de si mesmo:
Estas três perguntinhas relacionadas ao cotidiano de qualquer um de nós, parece responder à questão inicial de que o aspecto cognitivo isoladamente, não é o único capaz de influenciar uma mudança de comportamento. No entanto, apesar de inúmeros avanços que grande parte das empresas obteve ao longo do tempo em termos de controle de número de acidentes e erros no ambiente de trabalho, observa-se que os planos de ação para tratar aspectos comportamentais, ainda hoje, focam em atividades puramente cognitivas – treinamentos, reuniões, DDS´s, etc.
Há algum tempo, especialistas da área de segurança operacional tem falado que os fatores organizacionais são aqueles que merecem maior atenção quando se pretende aprimorar o comportamento humano. Veja a entrevista de Ricardo Senra:
Clique aqui para ver um artigo completo publicado pela ANAC em 2010 abordando extamente a temática dos fatores organizacionais.
As empresas que compreendem que o comportamento é um reflexo da influência que os fatores organizacionais exercem sobre as pessoas – por meio de normas, regras, valores, crenças e senso de justiça – e o quanto tudo isso que é escrito no papel corresponde ao que é vivenciado no dia a dia organizacional, conseguem tornar o terreno (cultura) onde são plantadas as sementes da segurança (programas e ferramentas de segurança) mais fértil.
O que fazem as organizações mais maduras é justamente compreender o que pensam seus colaboradores e conhecer a favorabilidade que apresentam a respeito de como a empresa vem praticando este intrincado conjunto de fatores que influenciam diretamente a segurança operacional.
Sim! A velha e boa “escuta” de como as pessoas percebem o ambiente e as iniciativas organizacionais, e consequentemente a tomada de ação para melhoria destes aspectos, continua sendo um excelente recurso para diminuir erros e perdas organizacionais, proporcionando comportamentos mais ajustados ao que a empresa espera e contribuindo para evolução de cultura.